terça-feira, 2 de junho de 2009

Esse tecido se difere totalmente do tecido epitelial, inclusive em termos de organização. São responsáveis pelo estabelecimento e manutenção da forma do corpo. Esse papel mecânico é dado por um conjunto de moléculas que conecta e liga as células e órgãos, dando desta forma, suporte ao corpo.
Do ponto de vista estrutural, os componentes do tecido conjuntivo podem ser divididos em três classes: células, fibras (colágenas, elásticas e reticulares) e substância fundamental amorfa.
Podemos ter diferentes tipos de tecido conjuntivo, inclusive com consistência diferente, a partir do momento que temos, por exemplo, um tecido conjuntivo com mais fibras compostas de colágeno, constituem tendões.

Fibras colágenas
Fibras é uma proteína estruturada, cuja ligação entre as suas moléculas é estável, ou seja, são ligações geralmente firmes. As fibras colágenas se diferenciam da seguinte forma:
.Colágenos que formam fibrilas - I, II, III, V e XI: O colágeno tipo I, é o mais comum e o mais encontrado. Dá resistência, forma fibrilas organizadas entre células e as fibrilas tem a matriz amorfa que está preenchendo o espaço, mas o que está dando resistência são as fibras colágenas.
.Colágenos associados a fibrilas - IX e XII: é um grupo de colágenos menos organizado. Constitui uma rede de associação e vai permitir que além da substância amorfa, estas estruturas estejam ligadas entre si.
.Colágeno que forma rede - IV: formam uma rede, sendo um colágeno de alicerce. Diferencia-se do colágeno de associação pois esse é isolado, e o colágeno tipo IV forma uma rede extremamente fina que vai unir epitélio a tecido conjuntivo.
.Colágeno de ancoragem - VII: encontramos em locais de maior atrito do epitélio, estabelecendo uma maior união entre epitélio e tecido conjuntivo.
Existem vários tipos celulares que produzem colágeno. Entre eles temos: fibroblastos, macrófagos, mastócitos, plasmócitos, células adiposas e leucócitos.
Os fibroblastos são as células mais comuns do tecido conjuntivo e produzem colágeno que é uma proteína, podendo estar associados a resíduos de açúcar, formando uma glicoproteína.
A síntese de proteína e glicoproteína: A partir de uma ordem do núcleo, ele produz um mRNA que vai ser decodificado pelos ribossomos do Retículo Endoplasmático Rugoso. O mRNA traz o aminoácido pro local e tem que ter Vitamina C. Através da tradução temos a síntese de uma cadeia protéica chamada de cadeia alfa. Na ponta da cadeia alfa temos um peptídio, conhecido como peptídio de registro que permite que dentro do RER três cadeias alfas aberta se associem formando uma molécula chamada de procolágeno. No RER tem adição de açúcar, processo chamado de modificações pós traducionais. O procolágeno vai ser colocado no interior de vesículas de transporte e vai ser transportado até o complexo de golgi que vai permitir o término dessa glicolisação e é ai que vai definir que tipo de colágeno que vai ser produzido. O procolágeno vai ser conduzido até o meio externo por um processo de exocitose. No meio extracelular, uma outra enzima, chamada de procolágeno peptidase vai ser produzida e eliminada, funcionando como uma tesoura e corta o peptídio de registro, pois ele não deixava que os vários procolágenos se associassem. O procolágeno agora é chamado de tropocolágeno e sem o peptídio de registro não consegue ficar sozinho e se associa com outro tropocolágeno e a associação de vários tropocolágeno forma o colágeno.
Quando pegamos uma fibrila de colágeno e vemos no microscópio eletrônico, vemos que existem lacunas entre colágenos, espaços que podem se coincidir ou não. No microscópio eletrônico o elétron atravessa a região menos densa, na região que tem lacuna o elétron não consegue passar, por isso a fibrila de colágeno tem esse bandeamento padrão, intervalos que se repetem.
O colágeno pode estar sozinhos no meio do tecido conjuntivo ou mesmo agrupados formando fibras ou formando feixe de colágeno como é o caso do tendão.
Para que possamos produzir colágeno precisamos necessariamente ter Vitamina C, alem de todos os aminoácidos para a produção de proteína. Nesse caso existe algumas patologias pela ausência de colágeno.
Um exemplo é o do dente que é preso na gengiva por um ligamento periodontal que nada mais é do que fibrila colágena. Esse ligamento tem que ser renovado a cada 7 dias, então no primeiro momento que tem deficiência na produção de vitamina C (Essencial para a produção de colágeno), o primeiro local a ser afetado é o ligamento periodontal. Como comparação, renovação do colágeno da pele acontece a cerca de 30 a 45 dias e no tendão quase nunca é renovado.

Produção excessiva de colágeno
Existem pessoas principalmente relacionados a etnia negra que a produção de colágeno é excessiva, tendo uma produção a ,ais de cicatriz no caso de um corte, chamado de quelóide. Por exemplo, em áreas de articulação pode haver uma grande produção de fibra colágena que dificulta o movimento.

Fibras elásticas Enquanto a fibra colágena é inextensível, a fibra elástica é o contrario.
Encontramos fibras elásticas em quase todos os tecidos e ossos do nosso corpo. Na artéria aorta, por exemplo, a parece da artéria é extremamente rica em fibra elástica.
As fibras elásticas são quase produzidas pelas mesmas células que as fibras colágenas só que a composição é totalmente diferente. Ela é formada por uma proteína chamada elastina associada a grande quantidade de açúcar. Elas não tem afinidade com o corante comum H.E. Para que possamos cora-la temos que utilizar corantes próprios.

Fibras reticulares
É um tipo de fibra colágena, colágeno tipo III que está no primeiro grupo de colágenos que produz fibrilas. Possui grande quantidade de açúcar, por isso com coloração de H.E. não vai ser evidenciada, precisa-se de um corante a base de prata. Constitui uma rede de sustentação.

Estroma e Parênquima: O fígado possui estroma e parênquima. O parênquima é a parte funcional do órgão, no caso do fígado é o hepatócito. O hepatócito que é o parênquima tem que estar sustentado em alguma coisa. É como se o fígado tivesse um esqueleto e realmente tem um formato por fibras reticulares. A fibra reticular constitui o estroma dos órgãos e é ele que sustenta a parte funcional chamada de parênquima.

CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO
São várias células, muitas delas tendo origem no próprio tecido conjuntivo, e outras vindo de outros tecidos. O tecido conjuntivo é um tecido de suporte, de preenchimento do corpo e está suscetível a constantes invasões de bactérias, fungos e protozoários.
Células como os leucócitos que tem a função de defesa no nosso organismo, tem origem na medula óssea vermelha e depois de um processo de maturação desse medula, onde essas células tem uma origem comum, ela cai na corrente sanguínea indo se estabelecer no tecido conjuntivo. É lá que elas vão exercer função de defesa, no sangue a gente percebe um aumento de produção de acordo com a necessidade do tecido conjuntivo. Então quando elas estão circulando pelo sangue, no caso dos leucócitos, elas normalmente não tem esse papel defensivo.

Fibroblastos
Os fibroblastos são células do tecido conjuntivo mais comuns, e tem um papel fundamental na produção de colágeno, fibra elástica, fibras reticulares; não é uma função exclusiva deles, mais é o mais comum.
Normalmente núcleo central, pouco condensado, típico de células ativas, ou seja, a cromatina está descondensada e está sendo lida. Contém uma grande quantidade de organelas relacionadas com a síntese de proteína: Retículo endoplasmático rugoso, Complexo de golgi, mitocôndria que dá energia, ou seja, é uma célula organizada.
Percebemos que não é sempre que os fibroblastos estão sintetizando proteína, no caso do tendão, por exemplo, quase nunca é renovado, então esse fibroblasto não estará ativo. Como conseqüência disso ele modifica a sua forma, ficando mais condensado, ou seja, a cromatina fica mais condensada e não pode ser lido, mais a medida que temos a necessidade de renovação celular essa célula passa a ser ativa novamente.

Macrófagos
Os macrófagos possuem características morfológicas muito variáveis que dependem de seu estado de atividade funcional e do tecido que habitam. Sua principal função além de defesa é de fagocitose de partículas estranhas. Eles derivam de células precursoras da medula óssea que se dividem produzindo os monócitos, os quais circulam no sangue. Estas células cruzam as paredes de vênulas e capilares e penetram no tecido conjuntivo, onde amadurecem e adquirem as características morfológicas de macrófagos. Monócitos e macrófagos são as mesma célula em diferentes estágios de maturação.


Mastócito
O mastócitos é uma célula de defesa da pele e mucosa, é típico do conjuntivo, são metacromáticos, pois mudam de cor de acordo com o corante, é uma com núcleo central, pequeno, contem vários grânulos de secreção que ficam no citoplasma ate o momento em que o organismo é invadido por um antígeno, que seja capaz de ser percebido pelos receptores dessa membrana, receptores específicos conhecidos como alérgimos (poeira, perfume, pêlo de animal). Assim, possuem papel fundamental na inflamação nas reações alérgicas e na expulsão de parasitas.
Tem-se quatro substancias que podem ser estimuladas, assim serão liberadas, como heparina que é um anti-coagulante (o sangue fica mais fluido e menos espesso, possibilitando a chegada de mais células como as de defesa); a histamina induz o processo de dilatação dos vasos sanguíneo, pois era aumentar a carga celular naquela região, assim passa liquido circulante (plasma sanguíneo) para o tecido conjuntivo subjacente, tem-se assim um edema ou inchaço; proteoglicana que é hidrófila, atrai água formando o edema, presente na matriz extracelular; ECFA é uma célula do sangue.
Os mastócitos se originam de células precursoras hematopoéticas (produtoras de sangue) situadas na medula óssea. A liberação de mediadores químicos armazenados nos mastócitos promove reações alérgicas denominadas reações de hipersensibilidade imediata, porque ocorrem dentro de poucos minutos após a penetração do antígeno em indivíduos previamente sensibilizados pelo mesmo antígeno.
Choques anafiláticos é um resultado de um processo de sensibilização continua que acontece naquele momento, para ocorrer a pessoa deve ter tido uma sensibilização previa, contato anterior com aquele alérgico e a partir daí essas células ficam mais sensíveis, degranulam, liberam esses grânulos ao mesmo tempo sendo uma reação sistêmica cujo o fator primordial é a questão do edema que é o mais serio, pois causa compressão , obstrução de órgãos.

Leucócitos
São incolores, de forma esférica quando em suspensão no sangue, e participam das defesas celulares e imunocelulares do organismo. São classificados em granulócitos e agranulócitos.
Existem 2 tipos de agranulócitos:
.Linfócitos: principal célula do sistema imunitário. São vários tipo T, B e NK
- T: Imunidade celular - fagocita o antígeno e a partir daí vai identifica-lo e envia a informação pro linfócito B.
- B: Célula se transforma, era uma célula pequena e passa a ser uma célula grande, núcleo descondensado e excêntrico, onde tem alternância entre eucromatina e heterocromatina. Nesse momento passa a ser chamada de outra célula: Plasmócito.
A partir do momento que o plasmócito recebe a informação do B, decodifica as informações e produz substancias que vão atingir diretamente aquele antígeno, chamado de anticorpo. Para cada tipo sempre tem um anticorpo.
- NK: matador natural, célula extremamente agressiva, parece com o linfócito T (fagocita) mais atua geralmente em transplantes de órgãos.

SUBSTANCIA FUNDAMENTAL AMORFA
É chamada de amorfa porque não tem forma, está entre as fibras, entre as células, constituindo um gel extremamente hidrófilo. Para atrair a água precisa-se de alguma substância que faça essa atração:
- Proteoglicanas: é uma molécula que tem um eixo protéico e se associa a vários filamentos de glicoseaminoglicanas.
- Glicoproteínas adesivas: Fibronectina e Laminina. São substancias que atraem a água e prendem na sua estrutura. Por isso não tem água na forma líquida e sim, água molecular chamada de água de solvatação.
A única forma de termos água no organismo é a ingestão que é absorvida no intestino, cai na corrente sanguínea e no sistema linfático. Contemos 2 tipo de vasos:
- Vaso sanguíneo: Carrega sangue.
- Vaso linfático: Carrega linfa.
À medida que o coração está bombeando, no caso do vaso sanguineo existem 3 tipos de vasos: Artérias, capilares e veias. Então o sangue sai do coração dentro de uma artéria organizada espessa e à medida que vai se distanciando do coração ela vai se ramificando e diminuindo a sua espessura, até que ela chega aos tecidos e se ramifica em capilares sanguíneos, que são os menores vasos e menos organizados. É nos capilares que acontece a troca entre sangue e tecido e depois os capilares se organiza de novo formando as veias e volta pro coração.
Na extremidade arterial o sangue chega com pressão normalmente de 12,8. A artéria tem uma parede grossa, na medida em que ela vai se ramificando essa parede vai ficando mais fina. A tendência é que haja a saída desse líquido para o meio ao redor do vaso. Então na extremidade, pelo fato da pressão ser alta tem um extravasamento do liquido (plasma sanguíneo) para o meio extracelular. Também tem as proteoglicanas e as glicoproteinas adesivas na membrana que são hidrófilas; tem a pressão osmótica exercida pelo tecido em cima do vaso, ou seja, tem um atrativo do líquido para o tecido conjuntivo pelo fato de naquele local ter várias moléculas hidrófilas. Na extremidade oposta (venosa) a tendência é que atraia o liquido de volta.
Um mal funcionamento no sistema de entrada e saída de água, deixando-se que acumule água no Tecido Conjuntivo, pode ocasionar um edema, cujas causas principais são:
.Obstrução dos vasos linfáticos, pois não há como fazer a drenagem do excesso de água.
.Obstruções venosas ou dificuldade de retorno de sangue venoso pelas veias, como ocorre na insuficiência cardíaca.
.Alimentação pobre em proteínas, acarretando numa não formação de macromoléculas protéicas e, consequentemente, prejuízos com a pressão osmótica.
.Aumento da permeabilidade da parede capilar, provocando a saída demasiada de água, não havendo capacidade de reabsorvê-la.
Um edema é caracterizado por uma maior separação entre as células e as fibras do Tecido Conjuntivo. Macroscopicamente, trata-se de um aumento de volume no local, que cede facilmente à pressão externa, dando origem a uma depressão que desaparece lentamente.

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